domingo, 4 de janeiro de 2015

Esculpir

É preciso utilizar todas as sensações existentes nesse pequeno corpo perante a galáxia para produzir. Senti necessidade de produzir algo, ou simplesmente a noção de que é necessário sair da zona de conforto. Mais um ano acaba e leio textos a respeito dessa transição, na esperança de um dia poder escrever sobre o ano que acaba dizendo que houveram tropeços, mas que consegui não me curvar à eles e reerguer-me para chegar no resultado esperado, ou ao menos muito bom e próximo do almejado.

Insegurança, angústia, são coisas que nos cercam, e devem continuar cercando. Erros, tropeços, atitudes que queremos mudar, rondam os meses, já que gostamos de colocar os grãos de areia do tempo em um vidrinho fechado, o qual não admiro tanto quanto a madeira que é usada em sua base. Depois de um breve período escrevendo somente em versos, de recomeços, renascimentos, reconhecimentos, hoje não tenho vergonha de dizer "eu". Usar a primeira pessoa. Conciliar o recato com o ser e mostrar o que é.

Apesar do tempo sem escrever aqui, os escritos se tornaram mais escassos por buscar que sejam mais sinceros, verdadeiros, não impulsos e desabafos jogados à deriva, poluindo o mundo. Porém, escritos vem sendo produzidos em outros meios. 

Apesar de tudo, ainda há um longo caminho, longas depressões e montanhas a passar. Muito o que construir, e superar, sendo uma coisa essencial: o interior.

Estamos eternamente em constante construção. Borrachas, por favor. E um toque de consciência, porque de ontem pouco lembro do que era. Mas não seria o que tento ser hoje sem. De grão em grão, de pedaço em pedaço a base da ampulheta que segura esse tempo se forma, eterna enquanto efêmera.

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